O Espírito Santo é um imenso mistério. A Liturgia de Pentecostes nos garante que sua voz ressoa até os confins da terra. E Jesus nos diz que, chegando a hora, o Espírito nos lembrará e nos fará compreender sua doutrina na mais profunda intimidade. Contudo, o Espírito é misteriosamente silencioso porque é eterno. E, talvez, alguns de nós poderíamos repetir o que disseram alguns cristãos de Éfeso: “Nem sequer ouvimos falar do Espírito Santo”.
O Espírito Santificador trabalha discretamente e sem descanso no silêncio de nossos corações. Como está em toda parte, talvez por isso não percebamos sua presença. Dele dimanam todas as santas luzes que iluminam nossa alma em profundidade e deita raízes em nosso ser sobrenatural. Tomou posse de nós no batismo sem proferir nenhuma palavra e desde então nunca disse nada. Sempre opera no silêncio do coração. Frequentemente nos parece que só o excepcional é realmente importante. O Espírito Santo é o que recria o universo cósmico e o mundo das almas. E nós, como cegos, nem nos damos conta. As lágrimas que descem sobre o rosto de uma criança e a terra que gira sobre seu eixo, estão reguladas pela mesma lei, a lei da gravidade. Algo assim é o Espírito Santo: força de gravidade, invisível, silenciosa que move e remove, leva e dinamiza misteriosamente tudo que é vida. Em realidade, é o Espírito Santo que regula a marcha do mundo e a história das almas.
Tu, Espírito, meu Deus, estás na origem de todos os movimentos sobrenaturais. Ele foi preparando tudo na profundidade de nosso ser, antes que nós tivéssemos consciência disso.
Ó Espírito Divino, consolação da minha alma, descanço dos meus cansaços, brisa no calor. Cura-me as feridas, encha-me de todos os teus dons, faz de mim uma nova criatura segundo a imagem de Cristo Jesus.
(Extraído da Carta Circular 21)