Na hora de nos compreender a nós mesmos, deveríamos saber que todos nós carregamos uma criança escondida nas dobras do nosso ser. Ninguém é adulto em todas as áreas, em todas as atitudes e reações. Mesmo nas pessoas mais adultas vive uma criança que, de repente, espia pela janela que menos se espera.
Se soubéssemos nos julgar!
Sempre digo que o primeiro dom do Espírito Santo é a autocrítica.
Há algumas semanas tivemos aquela revisão de vida. Enquanto estava observando como fulano se defendia, montado no cavalo xucro da racionalização, eu pensava: Como ele está cego! Como consegue fechar os olhos à luz e à evidência! Eu sempre lhes disse: que o Pai nos dê a graça de (pelo menos) duvidar da nossa posição quando alguém nos critica. Mas hoje eu lhes digo mais: vamos estar eternamente afundados na noite da miopia e da mentira enquanto não abrirmos os olhos e não reconhecermos como o publicano: Sou “pecador”, preciso mudar. Ajuda-me!
Deveríamos imitar o irmão que dizia ao outro: “Se você quiser mostrar que gosta de mim, avise-me, por favor, de tudo que você observar de incorreto em meu comportamento. Quando você me disser, tenho certeza de que vou me encolerizar. Não faz mal. Aguente e fale do mesmo jeito”. Bem-aventurados os que procedem assim, porque eles já são do reino dos céus.
Senhor, concedei-nos o dom da sabedoria e da autocrítica.
Extraído do livro Suba Comigo de Frei Ignacio Larrañaga