O que é o amor? Emoção? Convicção? Conceito? Ideal? Energia? Êxtase? Impulso? Vibração? O que se vive não se define. Tem mil significados, se veste de mil cores, confunde como um enigma, fascina como uma sereia.
Há quem pensa que não existe diferença entre o amor e o ódio, e que um é a cara do outro. Outros dizem que o egoísmo e o amor são uma mesma energia. E é assim mesmo. Só muda o destinatário. As ruas estão cheias de cânticos, e os cânticos estão cheios de amor. Em nome do amor se inventam belas mentiras, em seu nome a morte se veste de vida e ¡quantas vezes! a vida se veste de morte.
Suas bandeiras são uma rosa e um coração. Dizem que sua altura culminante é o amor de mãe. Mas nos falam também de mães possessivas que, parece que amam até o paroxismo, quando na realidade se amam a si mesmas. Tudo está cheio de equívocos. Necessitamos esclarecer.
O evangelista João começa por identificar duas palavras. Deus e Amor. Ambas expressões, para ele, são como estrelas separadas, mas que contém o mesmo fogo. Se dissermos que Deus é Amor, podemos acrescentar que onde está o Amor aí está Deus. Indo pelo mesmo caminho pode-se chegar à outra conclusão: onde não há amor, aí não está Deus, e onde Deus não está não pode haver amor.
O amor sempre está em tensão porque entende suas asas sobre dois pólos. Começa por se abrir a seu interior. É a fase implosiva: primeiro explode para dentro.
João, o evangelista do amor, nos diz: “Se Deus nos amou desta maneira, nós devemos amar-nos, uns aos outros, da mesma maneira. – Se nos amamos da mesma maneira, Ele mesmo habitará em nós, e nós nos converteremos em brilhantes espelhos, e Deus se fará visível para todos os homens”.
Extraído do livro Suba Comigo de Frei Ignácio Larrañaga.
