Jesus Cristo é “o que veio”, mas também “aquele que vem vindo”. Esses dois aspectos não se contrapõem nem se anulam, antes, em sua eterna dialética, complementam-se caminhando em uníssono para a “plenitude”. (Ef.1, 23).
Que aspectos do Cristo eterno devemos acentuar agora para que os homens de hoje e de amanhã encontrem respostas para suas perguntas e sentido para suas vidas? É evidente que certos títulos, como Cordeiro de Deus, Messias, Filho de Davi… não dizem nada ao homem de hoje. À que rumos leva o escuro corcel da humanidade e para que abismos galopa? Quais são os sintomas de nossa cultura atual, quais se vislumbram na de amanhã, para, de acordo com eles, apresentar um Cristo adequado e convincente?
A questão é uma só: mudar o rumo, dar uma revirada completa nas energias, fazer uma verdadeira revolução, a revolução do amor que vai ter de percorrer necessariamente o caminho do martírio e da desintegração do eu.
O Amor, que é Deus, passa substantivamente pela personalidade de um homem chamado Jesus, Deus conosco. E esse homem foi, antes de tudo, um Pobre, totalmente despreocupado consigo mesmo para preocupar-se só com os outros. Entregou-se a si mesmo para dar alento e esperança aos outros. Numa sociedade classista, tomou partido pelos marginalizados, e numa sociedade puritana, pelos que estavam fora da lei.
Essa é a resposta para hoje e amanhã.
Na voragem do egoísmo desolador, no caminho que vai do prazer à morte, ameaçados como estamos por um naufrágio de valores…, Cristo levanta-se, no meio do pó e das ruínas, como coluna de Luz e como Resposta.
Ele é o único que pode arrebentar, por meio da revolução do amor, a velha ordem, essa torre construída, amalgamada pelas incontáveis filhas do egoísmo. Até mais: essa revolução do amor não só pode levantar e impulsionar um mundo novo por trajetórias otimistas como também – e isso é o mais importante – Cristo é o Único que pode descer até os abismos de nossos medos e, como por magia, encantar nosso “horror do vazio”.
Jesus Cristo! Eis aí a solução, ontem, hoje e amanhã!
Extraído do livro “O Pobre de Nazaré” de Frei Ignácio Larrañaga