Repetimos do princípio ao fim: A meta final de toda oração é nossa transformação em Jesus Cristo.
Qualquer trato com Deus que não nos conduza a esta meta é inconfundivelmente evasão alienante. Esta meta nunca se alcança, mas a vida deverá ser um processo de transfiguração: a troca de uma figura por outra.
Somos uma pedra tosca extraída da cantaria da vida pelo Pai e sobre esta pedra o Espírito Santo tem que esculpir a figura deslumbrante de Nosso Senhor Jesus Cristo: Misericordioso e sensível como Jesus, que não podia contemplar uma aflição sem se comover: porque nunca vivia “consigo” mesmo, sempre saía “com” e “para” os outros.
Manso e paciente como Jesus, que diante da negação de Pedro “se voltou e o olhou” (Lc. 26, 69) não com um olhar de acusação, mas de amor e perdão.
Compreensivo e atento como Jesus, que exteriorizava com tanta sinceridade sua bondade com os pecadores que o qualificaram de “amigo dos publicanos e dos pecadores”. (Mt. 11, 19)
Preferir os pobres como Jesus, para quem os favoritos são sempre os pobres, (Lc. 6, 21) Para eles é o Reino (Lc. 6, 20). Jesus, não apenas, se dedica com preferência aos pobres, mas comparte a condição social deles.
Sincero e verdadeiro como Jesus, que fala com uma transparência direta: “sim,sim; não, não”. (Mt. 5, 37) sem ver “personagens” em cada pessoa, isto é, sem falar de uma maneira com uns e de outra com outros. Não há nada que o repugne tanto como a hipocrisia, a mentira e a tergiversação. Uma das expressões mais formosa do Evangelho é: “A verdade os tornará livres”. (Jo. 8, 32)
Amar sempre; os seus discípulos tinham uma vívissima impressão: o Mestre, acima de tudo, os havia amado. Por isso, entenderam perfeitamente quando lhes disse que se amassem como Ele os havia amado. (Jo. 13, 34)
Humilde como Jesus, que fugia de toda publicidade quando curava os doentes, ao multiplicar os pães, ao descer do monte da Transfiguração. Como Jesus quando era caluniado diante de Caifás e Pilatos: “Não te defendes disto que te acusam?” Jesus não respondeu nem uma única palavra. (Mt. 27, 14)
Sem preocupar-se de si mesmo e preocupado com os outros, quase sempre sem tempo para comer, nem dormir, nem descansar. (Mc. 1, 35; 2,7)
Toda vida com Deus é dirigida a esta transformação vital, que significa repetir em nós, todas ás vezes, os sentimentos, atitudes, reações, reflexos mentais e vitais, enfim, a conduta geral de Jesus para ser e viver como Ele.
Nesta rota que nos conduz ao Pai, nosso Guia é Jesus.
Extraído do livro Mostra-me teu Rosto de Frei Ignacio Larrañaga