A primeira e elementar atitude nas relações interpessoais é o respeito.
O respeito fraterno tem raízes muito profundas. Trata-se do mistério original do homem, a realidade mais sagrada do mundo, depois de Deus. Mistério pelo qual todo individuo não é objeto, mas pessoa. E toda pessoa é um eu diferenciado, inefável e incomunicável; um universo e uma experiência que jamais se repetirão.
Os demais não são “o outro”, mas um “tu”, com uma formidável bagagem de códigos genéticos, estrutura endócrina, composição bioquímica, alterações históricas… Todo este conjunto de constituição e experiência está presidido por uma consciência. Estamos ante uma pessoa.
O outro é, portanto, um mundo sagrado, e como sagrado, não só merece respeito como também reverência.
O que é, pois, respeitar? O respeito implica duas atitudes, uma interior e outra exterior. Pressupõe em primeiro lugar, reverenciar o mistério do irmão como quem reverencia algo sagrado. Em segundo lugar implica não se meter com o outro. Em sua forma negativa se expressa assim: não pensar mal, não falar mal. E em sua forma positiva significa: reverência interior e trato cortês.
O respeito vem de dentro. É preciso começar por redimir as raízes.
As emoções hostis, originadas por diversas causas, podem se apagar na proximidade emocional com Jesus Cristo. As palavras destrutivas são filhas dos sentimentos destrutivos. São estes os que necessitam ser silenciados, como uma homenagem de oblação a Jesus. As soluções profundas dos males comunitários nascem aos pés de Jesus Cristo.
Respeitar é também amor oblativo, e na maioria das vezes, isto é renunciar a própria gratificação em prol do bem do outro. Respeitaremos o mistério do irmão somente se nos colocamos na esfera da fé e vemos o Irmão Jesus neste irmão que está junto de mim. Assim nasce o Amor.
Baseado no Livro “Suba Comigo” de Frei Ignácio Larrañaga